Desde a descoberta da radiação em 1896, pelo cientista francês Antoine Henri Becquerel, pesquisas têm fornecido os mais diversos dados sobre esse material. Como funciona a contaminação, a exposição e como a radiação age no nosso corpo são alguns dos dados.
Neste post, falamos um pouco mais sobre como a radiação afeta o corpo humano e tipos de tratamentos para lidar com a contaminação. Continue lendo e saiba mais!
Contaminação vs. Irradiação
Uma pessoa pode ser afetada pela radiação de duas formas: por contaminação e irradiação. Muitos dos acidentes por radiação mais significativos da história, como os de Chernobyl, Goiás e Fukushima expuseram as pessoas a ambos.
A contaminação acontece quando a radiação é absorvida pelo corpo de um indivíduo, seja por inalação, ingestão ou penetração através da pele ou de algum ferimento específico.
Quando uma pessoa sofre contaminação radioativa, também se torna uma ameaça para os outros. Isso ocorre quando o material radioativo presente na pessoa continua emitindo radiação, podendo contaminar pessoas que estiverem próximas a ela.
Já a irradiação é a energia característica emitida por uma fonte radioativa. Ela ocorre quando há uma exposição do material ou do corpo de alguém à radiação emitida pelo elemento radioativo, mas sem haver o contato ou a absorção no corpo humano. É possível sofrer a irradiação sem que ocorra a contaminação.
Quais são os efeitos imediatos da exposição à radioatividade?
Exposição a níveis moderados de radiação podem resultar em náusea e vômitos, seguidos de diarreia, dores de cabeça e febre. Depois da primeira leva de sintomas, pode haver um momento breve de calmaria, sem que haja qualquer sintoma aparente.
Mas fique atento, pois os efeitos podem voltar após algumas semanas, só que desta vez mais fortes.
Se a pessoa for exposta a níveis muito altos de radiação, estes sintomas podem ficar aparentes de forma imediata, assim como podem ocorrer lesões muitas vezes fatais aos órgãos internos.
E os efeitos de longo prazo?
O corpo humano possui diversos mecanismos para garantir que as células não se tornem cancerosas, mas os danos causados por uma exposição à radiação podem fazer com que ocorra a falha no controle das células, causando o aparecimento de câncer.
Também podem ocorrer falhas durante o processo de reparação dos danos causados pela radiação, o que pode gerar mutações genéticas não apenas associadas ao câncer, mas que podem ser transmitidas para gerações seguintes do indivíduo em tratamento.
Caso ocorra a contaminação ou irradiação, como tratar?
Os tratamentos de pessoas expostas à radiação devem ser feitos em etapas, como a descontaminação externa e interna.
Descontaminação externa
A sequência de ações a serem tomadas normalmente são:
- remoção das roupas e fragmentos externos;
- descontaminação das feridas antes da assepsia da pele intacta;
- limpeza das áreas mais contaminadas primeiro;
- uso de contadores Geiger para monitorar o progresso da assepsia;
- assepsia contínua até que as áreas estejam de 2 a 3 vezes menores que os níveis de radiação anteriores e não haja redução significativa dos esforços de assepsia.
As roupas são removidas com cuidado para que a disseminação da contaminação seja minimizada, e são armazenadas em embalagens apropriadamente rotuladas. A remoção das roupas elimina cerca de 90% da contaminação externa. Objetos estranhos são considerados contaminados até que sejam verificados pelo contador Geiger.
As feridas são descontaminadas antes de o processo ser aplicado na parte da pele sem ferimentos. Elas são irrigadas com uma solução salina e gentilmente esfregadas com uma esponja cirúrgica. A remoção mínima das bordas das feridas pode ser feita caso haja contaminação residual após múltiplas tentativas de limpeza.
As feridas também devem ser lavadas gentilmente, uma vez que esfregá-las pode aumentar a gravidade dessas lesões. Uma forma de ajudar na remoção da contaminação residual é a troca subsequente dos curativos.
Se estilhaços radioativos estiverem incorporados e possuírem taxas altas de exposição radioativa, devem ser removidos com uma pinça ou dispositivo semelhante e colocados em um recipiente de chumbo.
Pele e pelos contaminados são lavados com água morna e detergente suave até que a contagem da radioatividade indique níveis de 2 a 3 vezes abaixo dos anteriores ou até que sucessivas lavagens não causem mudanças significativas nas análises de contagem.
Todas as feridas são cobertas durante a lavagem para evitar a introdução de material radioativo. A fricção deve ser firme, mas não deve abrasar a pele. Dobras da pele e unhas merecem atenção especial no momento da lavagem. Pêlos contaminados são removidos com tesouras ou aparelhos eletrônicos. Evite raspá-los.
A descontaminação não é necessária em pacientes que foram irradiados por fonte externa e que não estejam contaminados.
Descontaminação interna
Caso o material radioativo seja ingerido, ele deve prontamente ser removido por meio da indução de vômito ou lavagem estomacal, caso seja algo recente.
Lavar a boca frequentemente com soro fisiológico ou peróxido de hidrogênio diluído é indicado também. Para a descontaminação ocular, é indicada a lavagem com jatos de água ou soluções salinas direcionadas lateralmente, para evitar que ocorra a contaminação do ducto nasolacrimal.
A urgência para a realização destes procedimentos depende do elemento radioativo específico envolvido na contaminação e a sua quantidade, além da sua forma química e características metabólicas.
Como cuidar da radiação no Offshore?
A radiação ionizante tem presença constante em ativos Offshore. É preciso monitorar e gerenciar os materiais de forma correta e encontrar o destino ideal para ele.
É importante realizar uma Inspeção Regulatória para eliminação de Não Conformidades. Esta inspeção é um serviço oferecido por empresas especializadas que realizam o mapeamento da plataforma, do FPSO ou de um navio de armazenagem, avaliando todos os tópicos levantados pela CNEN, pelo MTE e pelo IBAMA, referentes à proteção radiológica.
Então, a empresa emite um documento com todas as irregularidades, assim como a indicação da melhor forma para corrigi-las. Como são sugestões, cabe à operadora da plataforma ou FPSO adotar as orientações da empresa prestadora de serviços ou não.
É importante ter a certeza de que a unidade será vistoriada por uma equipe competente, qualificada e certificada pelos principais órgãos legais responsáveis.
Temos certeza que o gasto com esta inspeção será bem menor do que os prejuízos futuros que podem ser gerados por uma Não Conformidade. Uma plataforma interditada pode gerar milhões em prejuízo por dia!
Não se esqueça: as leis estão aí para serem seguidas à risca. Assim, você evita que acidentes ocorram, o que acarretaria em prejuízos humanos, materiais e ao meio ambiente.
Lembrando que é essencial contratar empresas que realizam tanto o gerenciamento do rejeito radioativo presente em seu ativo Offshore, como o encaminhamento para dar destinação final a eles.
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