Para quem não conhece, o ativo Offshore é uma plataforma petrolífera em alto mar, onde ocorre a extração de petróleo no oceano. Geralmente, essas plataformas estão localizadas em áreas marítimas com grande profundidade e com reservas abundantes de petróleo.
Mas você sabia que grande parte dos ativos Offshore está ilegal? Muitas vezes esse estado não é intencional e isso acontece por falta de conhecimento.
Por isso, é importante saber como conferir se o ativo Offshore está ilegal e o que isso pode representar para a sua indústria.
Mas o que significa dizer que um ativo Offshore está ilegal?
Quando falamos que o ativo Offshore está ilegal, estamos falando de algumas situações ligadas à Radioproteção.
Unidades flutuantes de armazenamento e transferência (FPSOs), plataformas de petróleo e sondas de perfuração, que já vêm montados de países como a Coréia e a China, podem vir com fontes radioativas já incorporadas na planta de produção ou na planta de medição de densidade de lama, por exemplo.
De alguma forma, esses ativos Offshore acabam passando pela fronteira e pela Receita Federal sem que ninguém tome conhecimento, inclusive a Marinha, que é responsável pela inspeção e por checar o inventário de equipamentos dos navios.
Sendo assim, começam a operar em águas nacionais sem que ninguém saiba que possuem uma fonte radioativa – em relação às fontes de medição de densidade de lama – instalada.
Como o ativo Offshore fica ilegal?
As unidades que não possuem fontes radioativas, mas que trabalham fazendo a extração e armazenamento temporário na própria plataforma, acabam acumulando material radioativo com o tempo, como minerais, elementos naturais, etc.
Esses materiais (NORM) vão se acumulando (TENORM) em formato de incrustações nas tubulações, nas linhas, nos vasos que têm filtros, nos separadores de água, óleo e gás e são despejados no tanque principal de armazenamento, permanecendo ali e esperando outro navio tanque vir retirá-los.
Os maiores riscos são as exposições à radiação e a contaminação, tanto interna quanto externa.
O que precisa ser feito para o ativo Offshore ficar legalizado?
Para o ativo offshore estar legalizado, é preciso se licenciar na CNEN e cumprir uma série de obrigatoriedades, entre elas:
– Ter um Plano de Radioproteção aprovado;
– Ter um Supervisor de Radioproteção;
– IOEs (Indivíduos Ocupacionalmente Expostos) treinados em Radioproteção;
– Um dosímetro pessoal para cada um desses IOEs;
– Plano de contingência obrigatório, caso seja identificado material radioativo;
– Fazer a monitoração de rotina para avaliar os níveis de radiação;
– Caso o nível de radiação esteja acima do permitido, isolar a área e sinalizar;
– O IOE que estiver em contato com a parte interna de um vaso, de um tanque ou de um parte de linha, precisa ser treinado e ter o seu dosímetro pessoal, além de ter uma pessoa o acompanhando com experiência e conhecimento em radioproteção para garantir a sua segurança.
Se você souber que o seu ativo Offshore está ilegal e ainda assim decidir permanecer na ilegalidade, você poderá acarretar diversos problemas para si mesmo e para a sua empresa.
Além disso, poderá colocar a sua equipe em risco por conta da exposição à radiação ionizante. Essa atitude pode gerar sérios problemas com a lei, já que a legislação brasileira é bem rígida com relação à radiação.
Efeitos da exposição à radiação
A radiação – em especial a radiação ionizante – acarreta diversos efeitos biológicos aos indivíduos expostos a ela de acordo com a dose e a forma de resposta. Por isso, a melhor forma de evitar os efeitos estocásticos e determinísticos da radiação ionizante no ambiente de trabalho é através de um Serviço de Radioproteção bem preparado.
Caso sua equipe tenha ou se você mesmo é um IOE (Indivíduo Ocupacionalmente Exposto), estabeleça um Plano de Radioproteção detalhado e eficiente, pois é de extrema necessidade.
Conclusão
Estar atento se o ativo offshore está dentro da legalidade é fundamental para a sua segurança no trabalho, assim como de todos os trabalhadores envolvidos na operação. Caso contrário, todos os indivíduos poderão estar expostos a fontes radioativas.
Quando você trabalha em uma indústria que utiliza fontes radioativas em seus processos, é necessário que todos os profissionais expostos à radiação tenham a proteção adequada de acordo com as normas da CNEN, órgão responsável pela regulação e fiscalização de tudo que envolve radiação nuclear no país.
Caso sua empresa ache muito dispendioso implementar um Serviço de Radioproteção, também é possível contratar empresas especializadas para cuidar da proteção radiológica.
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