Se você decidiu implementar medidores nucleares na sua empresa ou descobriu que a plataforma offshore em que você trabalha possui material radioativo com NORM/TENORM, já percebeu que precisa urgente de um serviço de radioproteção.
O NORM não apresenta grandes riscos, já que é um material encontrado de forma dispersa na natureza. O TENORM é o NORM concentrado, ou seja, tem maior potencial danoso para os trabalhadores que estão expostos.
Após identificada a necessidade de um serviço de Radioproteção, cabe à empresa decidir se vai realizar a própria Radioproteção ou vai contratar serviços terceirizados. Mas quais são os desafios de cuidar da própria Radioproteção?
O que é Radioproteção?
Radioproteção – ou Proteção Radiológica – é um conjunto de medidas que visam proteger o homem e o meio ambiente de possíveis efeitos indesejáveis causados pelas radiações ionizantes.
Para isso, ela analisa os diversos tipos de fontes de radiação, as diferentes radiações e modos de interação com a matéria viva ou inerte, as possíveis consequências e sequelas à saúde e riscos associados.
Para avaliar quantitativa e qualitativamente esses possíveis efeitos, é necessário definir as grandezas radiológicas, suas unidades, os instrumentos de medição e detalhar os diversos procedimentos do uso das radiações ionizantes.
As normas regulamentadoras, os limites permissíveis e um Plano de Proteção Radiológica para as instalações que executam práticas com radiação ionizante, têm o objetivo de garantir o seu uso correto e seguro.
Desafios de fazer a sua própria gestão de Radioproteção
A maioria das empresas no Brasil não possui um departamento para serviços de radioproteção específico dentro de suas plantas.
O que, geralmente, acontece hoje em dia é: um Engenheiro, um Técnico ou o Gestor de algum departamento, como o de Segurança do Trabalho, realiza a prova da CNEN, é aprovado e, em consequência, acaba acumulando a função original a de Supervisor de Radioproteção.
Com duas funções acumuladas, ainda que o profissional tenha extrema disciplina com o gerenciamento das suas funções, dificilmente conseguirá realizar com qualidade todas as tarefas necessárias.
Do ponto de vista da empresa, isso pode ser algo negativo, visto que tira um competente Engenheiro, Técnico ou Gestor das suas áreas originais, diminuindo o retorno que esse profissional traz para a sua atividade-fim.
Além disso, do ponto de vista da Segurança do Trabalho, essa impossibilidade da gestão eficiente da Radioproteção pode trazer riscos e prejuízos para a saúde dos trabalhadores. E, o não cumprimento de todas as rígidas normas estabelecidas pela CNEN, pode acarretar em autuações.
Em resumo, a falha na prestação de Serviços de Radioproteção pode representar para a empresa prejuízos de ordem trabalhista, fiscal, ambiental e, eventualmente, criminal.
Proteção necessária para realizar serviços de Radioproteção
Além do Supervisor de Radioproteção, todos os demais profissionais da empresa que estejam diretamente expostos às fontes radioativas precisam passar por treinamentos e serem dosimetrados.
Esses profissionais são denominados IOEs (Indivíduos Ocupacionalmente Expostos) e, por conta dessa exposição, recebem adicionais de periculosidade de 30% em seus salários.
Implementar um Plano de Radioproteção
Para realizar o Serviço de Radioproteção, é necessário que você tenha um bom Plano de Radioproteção.
E, para isso, o seu plano deve conter alguns elementos fundamentais.
- A identificação da Instalação e de seu Titular (Direção);
- A função, classificação e descrição das áreas da instalação;
- A descrição da equipe, das instalações e equipamentos do Serviço de Radioproteção;
- A descrição das fontes de radiação, dos sistemas de controle e de segurança e de sua aplicação;
- A função e a qualificação dos IOE;
- A descrição dos programas e procedimentos de monitoração individual, das áreas e do meio ambiente;
- A descrição do sistema de gerência de rejeitos radioativos, estando a sua eliminação sujeita a limites estabelecidos em norma específica;
- A estimativa de taxas de dose para condições de rotina;
- A descrição do serviço e controle médico dos IOE, incluindo planejamento médico em caso de acidentes;
- O programa de treinamento dos IOE e demais trabalhadores da instalação;
- Os níveis de referência, limites operacionais e limites derivados, sempre que convenientes;
- A descrição dos tipos de acidentes admissíveis, do sistema de detecção correspondente e do acidente mais provável ou de maior porte, com detalhamento da árvore de falhas;
- O planejamento de interferência em situações de emergência até o restabelecimento da normalidade;
- As instruções de radioproteção e segurança fornecidas, por escrito, aos trabalhadores.
Conclusão
Como você pode notar, são grandes os desafios na implementação de um Serviço de Radioproteção interno, desde as dificuldades relacionadas à gestão, quanto de custos.
Por essa razão, é cada vez mais comum que as empresas terceirizem essa atividade, buscando um serviço especializado e de menor custo.
Não existe escolha certa ou errada, mas sim o que é mais prático e vantajoso para cada empresa. A dica é analisar os seus cenários internos, pesar cada uma das possibilidades e decidir o que for melhor para a sua empresa.
A radiação – e em especial a radiação ionizante – acarreta diversos efeitos biológicos aos indivíduos expostos a ela conforme a dose e a forma de resposta.
Portanto, se na sua equipe tem ou se você mesmo é um IOE (Indivíduo Ocupacionalmente Exposto), estabelecer um Plano de Radioproteção detalhado e eficiente, considera-se de extrema necessidade.
Caso sua empresa ache muito dispendioso implementar um Serviço de Radioproteção, também é possível contratar empresas especializadas para cuidar da proteção radiológica.
E, caso você deseje ser um especialista no assunto, preparamos um material completo com tudo o que você precisa saber sobre Radioproteção.
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