Todo profissional de Segurança do Trabalho, ao lidar com transporte de produtos perigosos, deve ficar atento ao nível de periculosidade de cada um desses materiais.
Para que, durante a movimentação destes tipos de produtos, acidentes sejam evitados, é preciso ter extremo cuidado durante todas as etapas da operação.
Continue lendo o post e saiba como funciona o processo de transporte de produtos perigosos!
Qual é o conceito de produtos perigosos?
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), órgão responsável pela infraestrutura de transportes no país, determina que os produtos que contam com uma natureza de risco, são todos aqueles que possuam origens químicas, biológicas ou radiológicas e que possam ser nocivos ao ser humano, ao meio ambiente ou ao patrimônio de uma empresa.
Uma carga perigosa é qualquer tipo de carga que apresente risco, mesmo não contendo produtos perigosos. Como exemplos, temos caminhões de boiadeiros, cargas muito altas ou aquelas que apresentam riscos radioativos.
As regras em relação aos tipos de transporte de produtos perigosos foram alteradas por meio da Resolução 5.232/16. Foram estabelecidas exigências e detalhamentos relativos à correta classificação dos produtos, à adequação, certificação e identificação dos volumes e das embalagens, à sinalização das unidades e dos equipamentos de transporte, à documentação e muito mais.
Quais são e como identificar os produtos perigosos durante seu transporte?
Cada tipo de produto tem uma sinalização específica na hora de identificação, de acordo com o seu tipo. Confira a seguir quais são eles e as formas de sinalização utilizadas.
Explosivos
- Subclasse 1.1: Alto risco de explosão. A carga toda pode explodir.
- Subclasse 1.2: Não há risco de explosão total, mas produz estilhaços.
- Subclasse 1.3: Baixo risco de explosões grandes, mas produz fogo e grande quantidade de calor.
- Subclasse 1.4: Se houver fogo, raramente haverá explosão.
- Subclasse 1.5: Raramente explodem e dificilmente pegam fogo.
- Subclasse 1.6: Substâncias extremamente insensíveis.
Gases
- Subclasse 2.1: Gases Inflamáveis extremamente perigosos, o risco de explosão é grande. Ex: Gás de cozinha.
- Subclasse 2.2: Gases Comprimidos não tóxicos e não inflamáveis. Ex: Oxigênio, Hélio.
- Subclasse 2.3: Gases tóxicos por inalação. Ex: Amônia, Cloro.
Líquidos Inflamáveis
Sólidos Inflamáveis
- Subclasse 4.1: Combustíveis sólidos, que pegam fogo facilmente. Ex: Enxofre, Magnésio.
- Subclasse 4.2: Substâncias passíveis de combustão espontânea: São produtos que incendeiam apenas de entrar em contato com o ar: Ex: Fósforo Branco.
- Subclasse 4.3: Substâncias que, em contato com água, emitem gases inflamáveis. Ex: Carbeto de cálcio, Sódio metálico.
Substâncias Oxidantes
- Subclasse 5.1: Geralmente não são inflamáveis, mas quando em contato com combustíveis, liberam oxigênio, podendo queimar e liberar gases tóxicos. Ex: Cloratos, percloratos e persulfatos.
- Subclasse 5.2: Peróxidos Orgânicos: Provocam incêndios e explosões quando em contato com outros materiais. Os peróxidos são altamente nocivos a saúde. (Irritante à pele, olho e garganta).
Tóxicos e Infectantes
- Subclasse 6.1: São substâncias que, ao reagir, liberam vapores ou gases tóxicos que podem causar a morte ou sérios danos à saúde se forem inalados, ingeridos ou se entrarem em contato com a pele. Ex: Inseticidas, fungicidas, herbicidas etc.
- Subclasse 6.2: Contém micro-organismos capazes de produzir infecções e doenças. Geralmente são transportadas por pessoal altamente especializado, obedecendo as normas expedidas pelo MTE.
Radioativos, Corrosivos e Substâncias Perigosas Diversas
- Classe 7: Emitem espontaneamente radiações e partículas nucleares: Ex: Urânio, Cobalto e Césio.
- Classe 8: Tem a propriedade de reagir causando corrosão quando entra em contato com outras substâncias.
- Classe 9: Suas características e propriedades não se enquadram em nenhumas das categorias e classes anteriores.
Como é feito o transporte de produtos perigosos?
Todo e qualquer transporte de produtos perigosos deve ter em sua carroceria a identificação do tipo de agente nocivo, como mostrado acima, além de ser de fácil identificação para os demais motoristas.
Também precisa ser identificado para o caso de eventuais acidentes, de modo que seja possível de identificar, pelos responsáveis pela prestação de socorro, o tipo de produto com o qual estarão lidando e a melhor forma de prestar o auxílio adequado.
O condutor do veículo que leva os produtos perigosos tem diversas responsabilidades para cumprir, como, por exemplo, verificar se toda a documentação obrigatória está correta, conhecer toda a ficha de emergências e conferir os painéis de segurança e rótulos de riscos.
Ele também precisa, durante o transporte, verificar constantemente como está o estado dos veículos, cargas e equipamentos, avisar sobre qualquer tipo de irregularidade e obedecer ao itinerário planejado.
Um exemplo já falado aqui no blog é durante o processo de descarte de fontes radioativas! Existem alguns passos para realizar o descarte de fontes radioativas de forma correta, e um deles envolve providenciar transporte adequado das fontes.
O material precisa ser acondicionado de forma adequada e, em seguida, você precisa providenciar um transporte compatível, legalizado, licenciado e credenciado pela CNEN do material até o ponto final de destinação, incluindo toda a documentação obrigatória para o transporte.
Inclusive, um dos principais desafios e erros ao realizar o descarte de fontes radioativas é que existe a falta de capacidade de as empresas realizarem o transporte da fonte por conta própria.
Elas precisam ter um plano de transporte; aprovação da CNEN; precisam cumprir uma série de outras legislações relativas à movimentação operacional de produtos perigosos pelas rodovias, já que são rejeitos perigosos.
Existem diversos cursos voltados para a Movimentação de Produtos Perigosos autorizados ao redor do país! De acordo com o DETRAN de Minas Gerais:
“O curso especializado para transporte de produtos perigosos tem a finalidade de aperfeiçoar, instruir, qualificar e atualizar condutores, habilitando-os à condução de veículos de transporte de produtos perigosos. Com uma metodologia dinâmica e objetiva, o curso oferece aos condutores o acesso a um conteúdo educacional de alta qualidade, o debate de temas, reflexão e informações atuais sobre a legislação, segurança veicular e boas práticas no processo de transporte de produtos perigosos.”
Não há motivos para você não realizar, de forma correta, o transporte de produtos perigosos presentes em sua empresa!
As leis estão aí para serem seguidas à risca. Assim, você evita que acidentes de trabalho possam ocorrer, o que acarretaria em prejuízos humanos, materiais e ao meio ambiente.
Quando se trata de rejeitos e fontes radioativas, é importante saber que a radiação – e em especial a radiação ionizante – causa diversos efeitos biológicos às pessoas expostas a ela, dependendo da dose de exposição.
Por isso, é essencial realizar o gerenciamento dos rejeitos e fontes radioativas de forma correta, desde o acontecimento deles, até a destinação final. Existem empresas especializadas e credenciadas para realizar o serviço para você!
Para saber mais sobre como lidar com a radiação, entre em contato conosco.