Se você é um IOE, com certeza já teve que lidar com radiação e ser dosimetrado antes de trabalhar com uma fonte de radiação, certo? Mas você sabe de fato o que é um dosímetro ou como utilizá-lo no Offshore? Venha descobrir neste post!
O que é um IOE?
IOE é a abreviação para Indivíduo Ocupacionalmente Exposto. A prática de um IOE diz respeito à exposição normal ou potencial do indivíduo a toda atividade envolvendo fontes radioativas. De acordo com a CNEN, a exposição de IOEs não deve exceder os limites anuais de doses estabelecidos. Abaixo, temos uma tabela contendo as doses limites, veja:
O que é um Dosímetro?
O dosímetro é um tipo de monitor que mede determinadas grandezas radiológicas ou operacionais, com resultados relacionados ao corpo inteiro, órgão ou tecido humano. Todo IOE (Indivíduo Ocupacionalmente Exposto) deve ser dosimetrado antes de lidar com fontes radioativas ou atividades e ambientes que envolvam radiação.
Além das propriedades gerais de um monitor de radiação, o dosímetro deve ter as seguintes características:
- resultados em dose absorvida ou dose efetiva (ou taxa);
- ser construído com material tecido-equivalente;
- possuir fator de calibração bem estabelecido;
- suas leituras e calibrações são rastreadas a um laboratório nacional e à rede do BIPM (International Bureau of Weights and Measures);
- incertezas bem estabelecidas e adequadas para sua aplicação;
- modelo adequado para cada aplicação;
- modelo adequado para cada tipo e intensidade de feixe.
O dosímetro pode ser utilizado em medições absolutas, como por exemplo, em câmaras de ar livre, câmaras cavitária de grafite ou câmaras de extrapolação. No Offshore, a dosimetria deve ser feita principalmente em IOEs que lidem com o material radioativo que contaminou a plataforma no momento da extração de petróleo.
Como funciona a contaminação por NORM/TENORM no Offshore?
A NR-37 diz que, durante todo o ciclo de vida da plataforma Offshore, a operadora deve adotar medidas para proteger os trabalhadores contra os efeitos nocivos da radiação ionizante, provenientes de operações industriais com fontes radioativas e de materiais radioativos de ocorrência natural (NORM/TENORM) gerados durante a exploração, produção, armazenamento na plataforma Offshore.
O NORM, por ser um material encontrado de forma dispersa na natureza, não apresenta grandes perigos. Trata-se de um tipo de material radioativo com uma quantidade pequena de radionuclídeos. É uma fonte de radiação que tem níveis abaixo ou equivalentes ao limite de exposição que um indivíduo comum pode suportar.
O TENORM é o material radioativo que você pode encontrar aí na indústria em que você trabalha! Ocorre quando o NORM é tecnicamente modificado. Ou seja, durante os processos da plataforma Offshore, ele já é TENORM! Nada mais é do que o NORM concentrado, ou seja, com maior potencial danoso para os trabalhadores que estão sob sua responsabilidade.
A NR-37 ainda diz que a operadora da plataforma Offshore deve assegurar que as empresas contratadas que manuseiam ou utilizam equipamentos com fontes radioativas estejam licenciadas pela CNEN.
Tomando como exemplo um FPSO, o processo de contaminação funciona da seguinte forma:
1 – 2: Durante a fase de perfuração, o campo de exploração contém material NORM. Conforme ocorre o processo de extração do petróleo, o NORM que está diluído em óleo e gás “sobe” junto ao material produzido. Todo o NORM vai se acumulando na planta de produção, em forma de borras e incrustações, se tornando TENORM.
3 – 4: Após algum tempo, ocorre a redução da pressão no reservatório. Então surge a necessidade de injetar água para manter a produção. Esta água possui características diferentes da água de formação, o que acarreta na dissolução acelerada dos sais contendo materiais radioativos presentes na rocha e no óleo.
Desta forma, ainda mais material TENORM se acumula na planta de produção. Após anos em operação, o acúmulo de TENORM pode ser gigantesco!
Quais os riscos deste acúmulo de material NORM/TENORM em um FPSO?
Com o passar do tempo, o material NORM se acumula nas linhas, válvulas, filtros, vasos e tanques da planta de produção. Este material tem potencial para criar campos de radiação cujos valores de dose ultrapassam os limites seguros estabelecidos pela CNEN para IOEs (20mSv/ano ou, 10,0 µSv/h) e, principalmente, para o público em geral (1mSv/ano ou, 0,5µSv/h).
Isso pode trazer sérios danos à saúde, além de ser ilegal!
Na imagem 1, o problema é quando há necessidade de intervenção, com abertura de linhas e entrada nos vasos e tanques. Enquanto a planta não é aberta, o problema está contido!
Na imagem 2, o risco é a aproximação dos trabalhadores! Quando este tipo de radiação é detectado, seu problema já está muito avançado!
As leis estão aí para serem seguidas à risca. Assim, você evita que acidentes de trabalho possam ocorrer no Offshore, o que acarretaria em prejuízos humanos, materiais e ao meio ambiente.
É importante saber que a radiação – e em especial a radiação ionizante – causa diversos efeitos biológicos às pessoas expostas a ela, dependendo da dose de exposição.
Se você quer evitar todos os efeitos da radiação ionizante no ambiente de trabalho, precisa de um Serviço de Radioproteção bem preparado. Se você é ou a sua equipe possui um IOE (Indivíduo Ocupacionalmente Exposto), estabelecer um Plano de Radioproteção detalhado e eficiente é mandatório!
Quando você trabalha em uma indústria que utiliza fontes radioativas em seus processos, é necessário que todos os profissionais expostos à radiação tenham a proteção adequada, de acordo com as normas da CNEN.
Também é possível contratar empresas especializadas para cuidar da sua proteção radiológica se, por algum motivo, for gerada muita dor de cabeça ao implementar um Serviço de Radioproteção por conta própria.
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FONTES
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- NR-37
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