A gente sempre abordou no blog sobre o perigo da radiação e os cuidados a se ter ao lidar com fontes e rejeitos radioativos, mas raramente nos aprofundamos sobre os benefícios que a radiação pode trazer.
É isso mesmo, você não leu errado, dissemos benefícios. Você já ouviu falar dos radiofármacos?
Continue lendo o post e descubra mais sobre os benefícios que eles podem proporcionar ao ser humano!
O que são materiais radiofármacos?
Radiofármacos são substâncias químicas que possuem algum radioisótopo reconhecido pelo organismo como semelhante a substâncias processadas por órgãos ou tecidos.
Eles consistem em fontes radioativas não seladas, que são introduzidas no corpo do paciente por ingestão, inalação ou injeção.
Os radiofármacos são utilizados na área da medicina nuclear, tanto para a realização de diagnósticos, quanto para tratamentos.
Como funciona a aplicação dos radiofármacos?
Uso diagnóstico: os radiofármacos, em sua maioria, são usados na medicina nuclear para realizar diagnósticos. O método mais tradicional é o da cintilografia, que usa o iodo-123 e o tecnécio-99m para exames na tireoide e nos rins, por exemplo.
Outro método em que são utilizados os radiofármacos é o da tomografia por emissão de pósitrons (PET), que utiliza o flúor-18. Nos exames de cintilografia, o radiofármaco é injetado no paciente e, depois de algum tempo, a substância se instala nos órgãos.
O paciente é colocado em uma câmara gama, que mostrará a emissão de radiação no órgão em que o radiofármaco está depositado. Através da leitura feita pelo equipamento, são geradas imagens em que é possível diagnosticar qualquer alteração no organismo do paciente.
Nos exames de PET, o flúor é injetado no paciente e o equipamento faz a leitura da radiação emitida, transformando em imagens cintilográficas, em conjunto com imagens tomográficas, o que acaba resultando na melhora da qualidade das imagens.
Uso em tratamentos: neste caso, os radiofármacos são mais ativos e usados para tratar algum órgão específico. O elemento mais usado é o iodo-131, que emite radiação gama e beta, na forma de iodeto de sódio. Ele é mais utilizado para o tratamento de tumores da tireóide.
Também podemos citar o fósforo-32, usado para o tratamento de doenças malignas do sangue, ossos e ovários, o samário-153 (emissor beta) e o rádio-223 (emissor alfa), esses dois últimos usados em tratamento de tumores ósseos.
Como a legislação brasileira lida com os radiofármacos?
A legislação brasileira divide os radiofármacos em duas categorias: aqueles com meia-vida igual ou inferior a duas horas e aqueles com meia-vida superior a duas horas.
Os primeiros tiveram o monopólio da União para produção e comercialização quebrado pela Emenda Constitucional n. 49 de 2006, permitindo a entrada de produtores privados no mercado, uma vez que, devido a meia-vida curta, estes radiofármacos devem ser produzidos próximos ao local de utilização.
Já os radiofármacos com meia vida superior a duas horas têm a produção como monopólio da União e são fornecidos pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), sendo que a principal unidade produtora é o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN).
Qual o futuro do nosso país com relação aos Radiofármacos?
“Para os próximos anos, o Brasil poderá registrar grandes avanços na produção de radiofármacos, garantindo independência nacional nesta área […]. A solução definitiva para esta dependência externa só virá quando for concluída a implantação do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), prevista para 2021, dependendo da regularidade dos investimentos pelo Governo Federal.”
“O RMB será construído no município de Iperó, em São Paulo e já possui a Licença Prévia do IBAMA e a Licença de Local da Diretoria de Radioproteção e Segurança Nuclear (DRS) da CNEN. Atualmente (na época, em 2015), está em andamento a contratação do projeto detalhado de engenharia do empreendimento.
O RMB será utilizado também para testes de irradiação de combustíveis nucleares de materiais e as respectivas análises pós-irradiação para pesquisas científicas com feixes de nêutrons em várias áreas do conhecimento.”
E aí? Entendeu mais sobre esta “radiação do bem”?
É importante sempre desmistificar a aura assustadora associada à radiação. Ela pode ser – e é – utilizada ao nosso favor, tanto na medicina quanto em indústrias, por possuírem maior precisão em processos. Claro que os devidos cuidados devem ser tomados ao manusear o material!
É importante saber que a radiação mais perigosa, como a ionizante, causa diversos efeitos biológicos às pessoas expostas a ela, dependendo da dose de exposição.
Se você quer evitar todos os efeitos da radiação ionizante no ambiente de trabalho, precisa de um Serviço de Radioproteção bem preparado.
Também é possível contratar empresas especializadas para cuidar da sua proteção radiológica se, por algum motivo, for gerada muita dor de cabeça ao implementar um Serviço de Radioproteção por conta própria.
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