Quando pensamos em não-conformidades no âmbito industrial, geralmente associamos a processos que não estejam funcionando como deveriam, como paradas de planta não programadas, alarmes falsos…
Mas e quando uma não conformidade está presente em ativos Offshore? É isso o que você vai descobrir neste post, então boa leitura!
Não negligencie a Radioproteção!
As principais e mais negligenciadas não-conformidades presentes no Offshore, são as que envolvem riscos radiológicos. Práticas rígidas de segurança do trabalho devem ser adotadas em todas as áreas onde houver presença de NORM/TENORM, o que não ocorre em muitos casos, principalmente naqueles em que a empresa resolve cuidar por conta própria da sua Radioproteção.
O objetivo de ter uma atenção redobrada à Radioproteção é assegurar que nenhum IOE receba dose de radiação ionizante excessiva ao limite admissível para qualquer pessoa do público em geral. Além da presença de NORM/TENORM, o uso de instrumentos radiométricos estrangeiros e/ou terceirizados ao longo de diversos processos da extração de óleo e gás requerem atenção no cotidiano das plataformas.
Portanto, priorizar a Radioproteção no cotidiano de um ativo Offshore é fundamental!
Quais os riscos do acúmulo de material NORM/TENORM em um ativo Offshore?
Com o passar do tempo, o material NORM/TENORM se acumula nas linhas, válvulas, filtros, vasos e tanques da planta de produção. Este material tem potencial para criar campos de radiação cujos valores de dose ultrapassam os limites seguros estabelecidos pela CNEN para IOEs (20mSv/ano ou, 10,0 µSv/h) e, principalmente, para o público em geral (1mSv/ano ou, 0,5µSv/h)! Isso pode trazer sérios danos à saúde, além de ser ilegal.
Na imagem 1, o problema é quando há necessidade de intervenção, com abertura de linhas e entrada nos vasos e tanques. Enquanto a planta não é aberta, o problema está contido. Na imagem 2, o risco é a aproximação dos trabalhadores. Quando este tipo de radiação é detectado, seu problema já está muito avançado.
Procedimentos de rotina em Radioproteção no Offshore
- monitorar a planta, no mínimo, semestralmente;
- isolar e sinalizar as áreas controladas;
- realizar a limpeza e, se for o caso, descontaminação, periodicamente;
- fornecer controle de dose ocupacional para os envolvidos.
Como proceder em intervenções?
- realizar os passos da rotina, monitorando, isolando e sinalizando a área, além de fornecer a dosimetria;
- anotar dados dos envolvidos para controle;
- forrar a área com lona plástica;
- montar o ponto de controle e monitoração de pessoal;
- providenciar contentores para EPIs contaminados;
- providenciar tambores para armazenamento dos rejeitos;
- providenciar caixas metálicas e/ou contêineres para peças maiores;
- providenciar marcadores permanentes para anotação das peças e pontos contaminados para corte;
- providenciar material para tamponamento dos segmentos de linhas e válvulas;
- iniciar a purga das linhas e vasos, tendo cuidado para nenhum material extravasar. É importante preencher apenas ⅔ do tambor;
- monitorar e rotular os tambores contendo borra oleosa;
- garantir que nenhum trabalhador se contamine e, caso isso ocorra, proceder com sua descontaminação da forma correta!
- refazer a monitoração no interior dos vasos e tanques, para garantir que toda contaminação foi removida;
- monitorar e marcar para o corte as peças e trechos de linhas contaminados;
- remover manualmente estas incrustações e, acondicioná-las em tambores;
- cuidar de toda a papelada que precisa ser arquivada e mantida para rastreabilidade;
- acompanhar toda a destinação dos rejeitos gerados;
- por último, mas não menos importante: ter quem se comprometa legalmente por tudo isso, assumindo a responsabilidade perante os órgãos reguladores e demais envolvidos!
Se você não seguir esses passos corretamente, pode sofrer graves consequências, como indiciamento dos responsáveis legais, multas, danos à sua imagem e a da sua empresa, processos trabalhistas, desvalorização e interdição nas operações.
Você precisará responder à CNEN, ao Ministério do Trabalho e Emprego, ao IBAMA e a Receita federal. Além disso, pode ocorrer a interdição do ativo Offshore, o que causa a perda de milhões de dólares por dia.
Como é possível identificar uma não conformidade em ativos Offshore?
Existem empresas especializadas que dispõem de serviços de inspeção em ativos Offshore para que essas não conformidades sejam identificadas e eliminadas. Essas empresas realizam uma varredura em toda a planta de produção e emitem um laudo com todas as não conformidades identificadas e as melhores formas de resolver a situação, que podem ser adotadas pelo cliente ou não.
Podemos pensar nesse serviço como uma pré inspeção feita para que a empresa responsável pelo ativo Offshore não caia em uma não conformidade grave, gerando, assim os dois principais malefícios possíveis, que são a multa e a interdição do ativo Offshore.
É importante ter essa certeza de que a unidade será vistoriada por um grupo de profissionais de uma empresa competente, qualificada e certificada pelo próprio órgão regulador. Assim, ela pode te apontar erros e sugestões de correções. O gasto será bem menor do que os prejuízos futuros!
As leis estão aí para serem seguidas à risca. Assim, você evita que acidentes de trabalho possam ocorrer, o que acarretaria em prejuízos humanos, materiais e ao meio ambiente.
É importante saber que a radiação – e em especial a radiação ionizante – causa diversos efeitos biológicos às pessoas expostas a ela, dependendo da dose de exposição.
Se você quer evitar todos os efeitos da radiação ionizante no ambiente de trabalho, precisa de um Serviço de Radioproteção bem preparado.
Também é possível contratar empresas especializadas para cuidar da sua proteção radiológica se, por algum motivo, for gerada muita dor de cabeça ao implementar um Serviço de Radioproteção por conta própria.
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