Realizar por conta própria ou terceirizar os serviços de Radioproteção sempre é um dilema para quem está envolvido no Offshore.
Desta forma, confira o post que preparamos sobre o que pode ser feito em uma situação de dúvida como a que está em questão!
Terceirizar ou não os Serviços de Radioproteção no Offshore?
É importante saber que, mesmo que a empresa tenha realizado o licenciamento do seu ativo por conta própria, dificilmente conseguirá a efetividade dos serviços de Radioproteção por conta própria, uma vez que em empresas que trabalham com fontes radioativas, é muito difícil que o Supervisor trabalhe exclusivamente com a Radioproteção.
Inclusive o Supervisor, na verdade, pode ser um Engenheiro de Segurança ou um Engenheiro de Meio Ambiente, por exemplo, que tem as suas responsabilidades primárias, além do serviço de Radioproteção para cuidar. Ou seja: uma pessoa sobrecarregada com serviços adicionais as suas responsabilidades!
O grande problema de algumas empresas que resolvem cuidar da própria Radioproteção, é que ela, quase sempre, acaba sendo negligenciada .
Mas como?
Em alguns casos, as pessoas que fazem a prova da CNEN para virarem Supervisores de Radioproteção, estudam para passar e, depois de conseguir o certificado, acabam cuidando das suas funções principais primeiro e só vão lembrar da Radioproteção em momentos críticos, como, por exemplo, quando tiverem que renovar a licença junto à CNEN.
Outro problema são os custos altos que podem ser gerados. Toda vez que a empresa precisa que um funcionário tenha contato com alguma fonte radioativa ou que vá atuar onde existe radiação ionizante, é preciso, por obrigatoriedade, dosimetrá-lo e incluir um adicional de 30% – a taxa de periculosidade – sobre o salário do mesmo.
Ao contratar uma empresa terceirizada que preste os serviços em Radioproteção, a empresa contratante normalmente paga um valor mensal para que a contratada cuide de tudo que envolve Radioproteção, como serviços de rotina, processos e medições necessárias para execução de serviço e o controle das áreas que contém radiação ionizante. Essa empresa também é responsável por monitorar os IOEs, garantido que eles não ultrapassem o limite de dose de exposição determinado pela legislação.
Na maior parte das vezes, o valor mensal que a empresa contratante paga para uma empresa terceirizada cuidar de tudo é menor do que o gasto que você teria ao agregar mais funções para os seus funcionários.
Lembrando que uma empresa pode contratar tanto serviços pontuais de Radioproteção quanto a gestão completa dela!
A importância do Plano de Radioproteção
Um ponto fundamental é que a sua empresa tenha um Plano de Radioproteção desde o momento em que vai fazer o licenciamento até a gestão da Radioproteção. Esse Plano vai dizer para a CNEN quando vai ser o tipo de serviço dessa empresa, com qual finalidade vai utilizar as fontes radioativas, como ela vai abordar as exigências que a CNEN faz das normas, entre outros.
Ou seja, o Plano de Radioproteção é como se fosse a “Escritura Sagrada” da plataforma! É preciso seguir tudo à risca, e caso não cumpra com as exigências, consequências sérias podem ocorrer !
A mais grave delas é quando acontece qualquer tipo de acidente e, de acordo com o Plano de Radioproteção, percebe-se que esse acidente sucedeu porque não foi seguido o que estava descrito.
Este cenário é extremamente grave, pois não adianta escrever um Plano de Radioproteção para evitar acidentes, mas a causa principal da ocorrência foi não seguir o Plano?
Um bom Plano de Radioproteção deve conter os seguintes elementos:
- A identificação da Instalação e de seu Titular (Direção);
- A função, classificação e descrição das áreas da instalação;
- A descrição da equipe, das instalações e equipamentos do Serviço de Radioproteção;
- A descrição das fontes de radiação, dos sistemas de controle, de segurança e de sua aplicação;
- A função e a qualificação dos IOE (Indivíduos Ocupacionalmente Expostos);
- A descrição dos programas e procedimentos de monitoração individual, das áreas e do meio ambiente;
- A descrição do sistema de gerência de rejeitos radioativos, estando a sua eliminação sujeita a limites estabelecidos em norma específica;
- A estimativa de taxas de dose para condições de rotina;
- A descrição do serviço e controle médico dos IOE, incluindo planejamento médico em caso de acidentes;
- O programa de treinamento dos IOE e demais trabalhadores da instalação;
- Os níveis de referência, limites operacionais e limites derivados, sempre que convenientes;
- A descrição dos tipos de acidentes admissíveis, do sistema de detecção correspondente e do acidente mais provável ou de maior porte, com detalhamento da árvore de falhas;
- O planejamento de interferência em situações de emergência, até o restabelecimento da normalidade;
- As instruções de radioproteção e segurança fornecidas por escrito aos trabalhadores.
As normas da CNEN determinam tudo o que um Plano deve dispor e de que forma a empresa deve abordar as normas.
Quais os riscos de não terceirizar os Serviços de Radioproteção?
Como dito antes, dificilmente uma empresa em que o Supervisor de Radioproteção tenha várias atribuições conseguirá cuidar da sua própria Radioproteção e seguir o Plano, mesmo que faça o licenciamento ela mesma. A Radioproteção é diária! Todo dia existe alguma responsabilidade relacionada!
Por exemplo: dependendo da empresa, o funcionário tem que fazer monitoração diária, medir a fonte radioativa, realizar visitas técnicas, acompanhar a área, ver como que está o isolamento, etc.
Se pararmos para analisar uma empresa onde o Supervisor de Radioproteção, que é a pessoa mais importante da prática de Proteção Radiológica da empresa, tiver várias atribuições, dificilmente conseguiria ser eficaz para a radioproteção.
E aí que mora o perigo! Existem empresas que o Supervisor de Radioproteção pode não saber ao certo onde estão todas as fontes radioativas da planta, por exemplo!
Então qual a decisão final?
São grandes os desafios para quem almeja cuidar da própria Radioproteção, como dificuldades relacionadas à gestão e custos desse processo! Talvez contar com uma empresa especializada com profissionais já qualificados e com experiências pode ser mais vantajoso.
É importante lembrar que não existe escolha sempre certa ou sempre errada, mas sim o que é mais prático e vantajoso para cada empresa. A dica é analisar os seus cenários internos, pesar cada uma das possibilidades e decidir o que for melhor para a sua empresa!
No final das contas, o mais importante é que a Radioproteção não seja negligenciada.
A radiação – e em especial a radiação ionizante – acarreta diversos efeitos biológicos aos indivíduos expostos a ela, de acordo com a dose e a forma de resposta. Por isso, a melhor forma de evitar os efeitos estocásticos e determinísticos da radiação ionizante no Offshore é através de um Serviço de Radioproteção bem preparado.
Se na sua equipe tem ou se você mesmo é um IOE (Indivíduo Ocupacionalmente Exposto), estabelecer um Plano de Radioproteção detalhado e eficiente, é considerado de extrema necessidade.
Caso sua empresa ache muito dispendioso implementar um Serviço de Radioproteção, também é possível contratar empresas especializadas para cuidar da proteção radiológica.
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FONTES
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